Atração de investidores para o município
É mais fácil e eficaz atrair empresas para o município quando há planejamento e preocupação em construir um sistema produtivo integrado e dinâmico.
Oferecer incentivos como isenções de impostos, terrenos baratos e serviços de terraplanagem são ideais quando se trata de desenvolvimento econômico local e das possibilidades de intervenção das prefeituras. Na maior parte das cidades, a prefeitura estabelece um distrito industrial em uma área afastada do centro e próxima de principais rodovias, autoestradas e ferrovias. Os lotes recebem infraestrutura viária, água, luz e telefone. A intervenção do poder público local é limitada à criação de leis que regulamentem a utilização de áreas industriais e garantam incentivos, subutilizando sua capacidade de intervenção.
Muitas vezes, a decisão de atrair novas empresas é tomada sem planejamento, o que leva a um sistema produtivo desarticulado devido às relações entre as empresas em diferentes setores produtivos e à vocação econômica local. As políticas de intervenção às vezes não funcionam porque as empresas de vários setores são difícil de trazer benefícios globais para os produtores. Em outros casos, a economia local depende do sucesso das grandes corporações que se instalam no local.
Transformação de Ideias
Como isso pode diferir? E por que deveria sê-lo? O objetivo de atrair novos investimentos pode ser estabelecer um sistema produtivo integrado, especializando a economia local em um produto ou setor específico e, se possível, respeitando a vocação econômica do município. O ambiente facilita a localização e o estabelecimento de novas empresas. Para atingir esse objetivo, a prefeitura não deve se contentar apenas com a implementação de leis; deve, em conjunto com a comunidade, estabelecer planos para valorizar a economia local e promover o crescimento com base sólida.
O fundamento dessa ideia está na criação de cooperativas, escolas profissionalizantes e centros de serviços para melhorar a circulação de informações e fornecer ao sistema produtivo local acesso a novas informações relevantes para uma melhor inserção da região no mercado. Essas informações incluem mudanças nos processos de produção e na tecnologia, mercados potenciais, ações da concorrência e pesquisas sobre os perfis dos consumidores.
Entender o sistema de produção.
Para que a intervenção do poder público ou a criação de um projeto de intervenção seja feita de forma mais consciente, um primeiro passo é coletar informações sobre o sistema produtivo local. Um levantamento das etapas de produção de um determinado produto ou setor, procurando saber quais insumos não estão localizados na cidade ou que são "importados" de outras regiões, o número de trabalhadores empregados, o nível de qualificação desses trabalhadores, a integração regional da economia local, etc., para melhorar sua compreensão do sistema produtivo local.
O município pode usar os dados de um levantamento que já foi realizado sobre um determinado assunto e expandi-lo por meio de pesquisas adicionais. Em municípios com economias mais complexas, pode ser necessário contratar pesquisadores, consultores e especialistas.
A coleta de dados é vital para determinar a melhor maneira de motivar a formação de um sistema produtivo integrado: se certas etapas podem ser implementadas no município por meio do apoio a empresas específicas ou da criação de novas empresas; ou mesmo comparando a produção de um determinado setor ou produto no município com a de outras cidades, identificando os pontos fracos.
Valorização e aproveitamento dos recursos locais
Um município pode obter uma vantagem competitiva promovendo os recursos e a produção local. A atividade predominante pode ser melhorada e inserida no mercado de forma diferente.
Por exemplo, várias pessoas produzem alimentos coloniais em nosso município, usando insumos locais e mão de obra local. Isso significa que as pessoas da cidade trabalham, já trabalharam ou conhecem pessoas que trabalham nesse setor e têm uma compreensão geral da produção. Como posso tirar proveito disso? Uma possibilidade seria incentivar os empreendedores que desenvolvem e projetam produtos em outras partes do estado, do Brasil e mesmo no exterior. Muitas vezes, os novos produtos não funcionam com o tipo de negócio existente, então é preciso mudar ou ajustar o tipo de negócio.
A partir disso, é possível criar uma nona forma de comercialização de novos produtos para o município. No entanto, os novos produtos podem encontrar dificuldades com o mercado. Se os consumidores que compram produtos agrícolas/coloniais têm menor poder aquisitivo, o processo de fabricação pode tornar o produto mais caro e, portanto, não compensar o investimento. Uma saída pode ser apoiar a produção em pequena escala, que não está limitada às grandes empresas. Isso incentivaria a criação de pequenas empresas que poderiam fornecer uma variedade de produtos a diferentes tipos de clientes, criando um B2B, ou seja, fornecer os produtos a micro empresas ou representantes que colocariam suas próprias marcas e embalagens em produtos fornecidos pelos produtores locais.
Criação do conselho de Políticas Industrial
Para lidar com o obstáculo dessa intervenção, é fundamental dividir as responsabilidades e coletar as opiniões e perspectivas dos agentes locais, a fim de garantir que eles sejam reconhecidos e incentivados pela sociedade. Os sindicatos de trabalhadores, proprietários, cooperativas, bancos locais, movimentos ecológicos e outras organizações não governamentais devem estar presentes no conselho de política industrial. O conselho deve ser reconhecido legalmente como consultor de política industrial, e o estatuto deve regulamentar a forma como seus membros são indicados e o alcance de sua atividade.
Um dos primeiros passos para a mudança do conceito de intervenção pública é a criação de um conselho de política industrial. A partir disso, a prefeitura deve estabelecer quais são seus objetivos para criar um projeto que aumente a economia do município, atribuindo tarefas e definindo seus limites. O conselho pode apresentar e discutir propostas, planejar intervenções a longo prazo, supervisionar as políticas e gerenciar a estrutura de serviços às empresas. O conselho pode ser dividido em diversas áreas e organizado de acordo com diferentes setores de produção ou produtos, dependendo do tamanho e complexidade da produção de cada município. Esse arranjo permite que você faça propostas diferentes enquanto atenda às suas necessidades.
Pequenas Empresas
Por não terem acesso a serviços especializados, pesquisas e informações sobre novos mercados e produtos, as pequenas empresas podem ser mais vulneráveis à concorrência.
Essa deficiência pode ser corrigida por meio de uma associação entre os produtores. Isso ocorre porque, embora os pequenos produtores não possam pagar por esses serviços individualmente, eles podem pagar por eles se contratarem coletivamente. Por exemplo, uma empresa ou consultor especializado pode fornecer acesso a informações sobre maquinários, como se são compatíveis com os insumos à disposição dos produtores, quais são suas vantagens ou problemas, etc. Além disso, as empresas podem se organizar de forma mais permanente, estabelecendo um centro mantido pelos próprios, em vez de se reunirem para contratar serviços a cada necessidade.
O conselho poderia supervisionar esses serviços e decidir como eles devem ser organizados. O ponto central de sua atividade é a organização ideal dos centros de serviços para atender às demandas dos produtores e aumentar a competitividade do sistema produtivo local como um todo. Podem ser organizados, por exemplo, consórcios de venda e aquisição de matérias primas, especialmente quando o município não possui uma rede forte de comercialização, o que lhe dá mais poder de negociação. Também podem ser organizados escritórios para promover a transferência de tecnologia, políticas de crédito a pequenos produtores, cursos de capacitação profissional, etc.
Por ser mais adequado aos requisitos, principalmente em relação à necessidade de cooperação entre produtores e comunicação de informações, o modelo sugerido facilita a formação de micro e pequenas empresas. O objetivo da intervenção do poder público no desenvolvimento econômico local é melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, proporcionando mais oportunidades de trabalho e salários mais altos. A criação de pequenas empresas aumenta o número de empregos e o número de proprietários, contribuindo para uma melhor distribuição de renda; o sistema produtivo local é mais flexível porque as pequenas empresas são mais capazes de se adaptar às novas formas de produção, o que as torna mais ágeis; eles têm menos necessidade de crédito para financiar o capital de suas empresas e são mais capazes de compartilhar informações entre si.
Uma iniciativa como essa é muito benéfica porque, quando a cadeia produtiva é completa, agregando etapas produtivas e serviços, é possível atingir um produto mais complexo, valorizando e melhorando a produção local. Além disso, quando a complementaridade é aplicada às pequenas empresas, um número maior de produtores comprometidos com o sucesso dos produtos finais e com a prosperidade do sistema produtivo como um todo participam.
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